A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT) enviou, nesta segunda-feira (18), um ofício ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em que manifesta sua preocupação com a possibilidade de criação de uma subsidiária para operar as Loterias da Caixa Econômica Federal, o que pode comprometer o papel social do banco.
No ofício, a Contraf-CUT ressalta que foi surpreendida “com informações divulgadas na imprensa de que o Conselho de Administração da Caixa Econômica Federal deverá votar proposta de transformar as Loterias do banco público em uma subsidiária.”
A Contraf-CUT lembra ainda que a medida já havia sido ventilada em governos anteriores e que a Contraf-CUT e outras entidades representativas dos trabalhadores e trabalhadoras se posicionaram contrárias, por entender que a medida poderia ser o primeiro passo para a privatização das loterias, além de enfraquecer o papel social do banco público.
A importância das Loterias para a redução das desigualdades sociais no país, por meio do repasse de recursos às políticas sociais, também foi lembrada pela Contraf-CUT. “Cerca de 40% do lucro da Caixa Loterias é para investimentos em saúde, educação e projetos sociais”, ressalta o texto.
Em outro trecho, o ofício reforça que, “em 2023, dos 23,4 bilhões arrecadados em Loterias, 9,2 bilhões foram para destinação social. Um exemplo disso é a promoção da cidadania e inclusão social de mais de 13 mil crianças e adolescentes por meio do patrocínio ao esporte” e que, “com uma eventual privatização das Loterias, perde a sociedade e o governo, porque haveria uma queda significativa das receitas destinadas a programas sociais.”
Por fim, a Contraf-CUT solicita a Haddad que a proposta de criação da subsidiária seja revista pelo Conselho de Administração do banco, para que as loterias continuem exercendo seu importante papel social.