Fetec-CUT/CN promete se engajar na luta pela preservação ambiental e contra aquecimento global
Além das questões econômicas e corporativas, os sindicatos devem também incluir em suas ações temas que interferem na vida dos trabalhadores fora do ambiente de trabalho, como por exemplo o aquecimento global provocado pela destruição do meio ambiente, que ameaça a existência da vida no planeta. A tese foi defendida nesta quinta-feira 7 de dezembro pelo assessor especial do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) José Carlos Lima da Costa, na mesa que discutiu o tema “Desafios da Classe Trabalhadora da Amazônia, Cerrado e do Pantanal diante das mudanças climáticas e suas contribuições para a COP-30”, dentro do Congresso Extraordinário da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CURT/CN), realizado em Brasília. Veja aqui a galeria de fotos do congresso.
No debate provocado pela apresentação de José Carlos, partiram dos delegados presentes, que representam todos os 12 sindicatos filiados à Federação, várias propostas de ação sindical visando a preservação do meio ambiente, que vão desde o lançamento de campanha de conscientização dos trabalhadores e da população da região Centro-Norte até a inclusão na pauta de reivindicações da campanha nacional dos bancários da exigência de que os bancos parem de financiar as empresas que estão provocando a degradação ambiental, o que os tornam parceiros e incentivadores dos responsáveis pelo aquecimento global.
“O aumento das emissões de gases de efeito estufa e o avanço sobre as reservas naturais, sem limites, embalados pelos avanços tecnológicos e pela transformação do cidadão em consumidor, estão elevando a temperatura do planeta a patamares ameaçadores. A pauta ambiental, então, deve ser acrescentada às pautas históricas do movimento sindical, na sua dimensão de cidadania”, propôs José Carlos, ao defender o conceito de Sindicato Cidadão.
“Quero parabenizar a Fetec por pautar esse tema. Porque o bancário, o trabalhador que está lá no dia a dia no escritório ou no banco, quando ele sai de lá ele vira cidadão. Ele mora numa cidade, num Estado, num país e todas as consequências ambientais do clima, do planeta vão cair em cima dele como cidadão. E isso passa a ser uma preocupação também do Sindicato”, acrescentou o assessor do BNDES. “Quando o bancário está trabalhando num sistema financeiro financiando a produção de soja, o desmatamento, isso o incomoda se tem um pouco de consciência. Então, o sindicato também tem que participar para que as pessoas possam compreender isso.”
Os grandes biomas do Centro-Norte ameaçados
Estão dentro da base territorial da Federação Centro-Norte a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal, três grandes biomas nacionais que estão sendo degradados pelo agronegócio, pelo desmatamento, pelo garimpo ilegal em terras indígenas, pelos madeireiros. Também estão situadas no Planalto Central as nascentes que formam as grandes bacias hidrográficas dos rios Paraná, São Francisco e Tocantins, igualmente ameaçadas pelo desmatamento e pelos agrotóxicos.
“A Fetec poderia fazer uma reflexão sobre o papel do sistema financeiro na destruição ambiental, já que ele financia a tecnologia, a compra de sementes, os tratores e os agrotóxicos, reforçando uma lógica que produz cada vez mais monocultura”, criticou José Carlos.
O presidente da Fetec-CUT/CN, Cleiton dos Santos Silva, defendeu o engajamento da Federação na luta em defesa da preservação do meio ambiente e da qualidade de vida dos trabalhadores e da população que vivem na Amazônia, no Cerrado e no Pantanal.
“Estamos aqui com essa pluralidade de representações e os desafios que temos são imensos. Temos urgência e precisamos estar engajados na luta contra as mudanças climáticas e o aquecimento global. Vamos envolver nossas bases sindicais e outras categorias de trabalhadores nesse debate”, disse Cleiton.
“Nós que vivemos na Amazônia, no Cerrado e no Pantanal, e que conhecemos a região melhor que ninguém, temos a responsabilidade de ajudar a construir soluções para conter o aquecimento global e levar propostas concretas para a COP-30”, acrescentou Cleiton
A COP-30 (30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) será realizada em Belém no final de 2025.
Fonte: Fetec-CUT/CN