UNI Américas reivindica do Banco do Brasil renovação do Acordo Marco Global
Em reunião com a direção do Banco do Brasil realizada nesta sexta-feira 27 na sede da Contraf-CUT, em São Paulo, a UNI Américas reivindicou a renovação do Acordo Marco Global, que garante a todos os funcionários do BB em todos os países das Américas os direitos fundamentais previstos nas declarações da Organização Internacional do Trabalho (OIT), entre eles o de livre organização sindical. A Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) participou da reunião por intermédio do presidente Cleiton dos Santos Silva, que é funcionário do BB.
“A possibilidade de renovação desse importante instrumento após o período de desmonte do governo anterior, que deixou o acordo vencer em 2019, assegura que os trabalhadores em filiais internacionais tenham seus direitos e condições de trabalho protegidos, independentemente de qual país estejam localizados, promovendo um tratamento justo e igualitário”, afirmou Cleiton dos Santos após a reunião.
“O diálogo hoje, entre nós, representantes dos trabalhadores, e o representante do BB, foi positivo. Então, acreditamos que teremos a oportunidade de obter, em breve, a celebração deste convênio”, avaliou Cleiton.
A UNI Américas é a representação continental da UNI Global, a central sindical mundial que representa mais de 22 milhões de trabalhadores dos setores de serviços de 160 países de todos os continentes, da qual a Contraf-CUT é filiada.
O Acordo Marco Global entre a UNI Américas e o Banco do Brasil foi assinado pela primeira vez em maio de 2011, também por intermediação da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). “Na época, foi o primeiro do gênero, feito por uma multinacional brasileira”, lembra a coordenadora da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), Fernanda Lopes, que participou do encontro.
Acordo universaliza direitos
O secretário-geral da Contraf-CUT, Gustavo Tabatinga, lembrou que o acordo ficou vigente até 2021. “Em virtude da pandemia e das necessidades que a categoria tinha, naquele momento, não conseguimos dar prosseguimento à renovação. Então, hoje nós manifestamos formalmente ao representante do Banco do Brasil nosso desejo de renová-lo e, ainda, ampliá-lo às subsidiárias internacionais do Banco do Brasil, que são o Banco da Patagonia, na Argentina, e o Banco do Brasil Américas, que fica nos Estados Unidos”, disse.
Além de alterar o termo “sucursais” para “subsidiárias” do Banco do Brasil, de forma a abarcar as instituições bancárias da Argentina e dos Estados Unidos, e princípios como liberdade sindical, o documento estabelece o reconhecimento efetivo do direito de negociação coletiva; eliminação de todas as formas de trabalho forçado e obrigatório; abolição efetiva do trabalho infantil; e eliminação de discriminação em matéria de emprego e ocupação.
Para o representante dos trabalhadores argentinos na Patagônia, Sérgio Garzon Torres, que também esteve no encontro, a adesão do acordo nos moldes que incluem as sucursais do BB pelo mundo trará avanços significativos no seu país. “A violência institucional sobre os trabalhadores pode ser coibida com o reconhecimento das boas práticas de gestão de pessoas que defendemos e estão neste acordo”, pontuou.
Avanço nas relações de trabalho
O secretário regional da UNI Américas, Márcio Monzane, que ficou responsável pela entrega do documento ao representante do BB, explicou que “o novo acordo estabelece processos mais avançados, do ponto de vista de relacionamento entre o movimento sindical e as empresas”, lembrando que a UNI Américas é a representação regional da UNI Sindicato Global, entidade à qual a Contraf-CUT é filiada.
Rita Berlofa, secretária de Relações Internacionais da Contraf-CUT, reforçou que o Banco do Brasil só tem a ganhar aderindo ao acordo, uma vez que boas práticas de gestão, reconhecimento do direito à sindicalização e defesa dos direitos humanos no mundo laboral “agrega valor à empresa”.
O porta-voz do BB no encontro, o gerente executivo da Diretoria de Gestão da Cultura e de Pessoas da instituição, Fabrizio Bordalo Calixto, recebeu o documento e garantiu que o mesmo será encaminhado internamente.
Fonte: Fetec-CUT/CN, com Contraf-CUT